terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O Príncipe - Nicolau Maquiavel



O autor inicia com uma breve dedicatória do livro ao "Magnífico Lourenço de Médici". Em seguida, começa a tratar de um assunto se estende por grande parte da obra: os principados. Vale ressaltar a definição de Estado segundo Maquiavel:"...todos os governos que tiveram e têm autoridade sobre os homens...e são ou repúblicas ou principados..."(cap. I).Em seguida, o autor propõe-se a examiná-los com profundidade, de acordo com suas características, inicialmente os hereditários e os mistos. Sobre estes, é interessante ressaltar de sua análise que estes são os menos tangíveis de dominação por parte de um usurpador qualquer e também os de maior capacidade de conservação de poder, devido a força existente no comando de um príncipe de uma linhagem de comando já tradicional. A respeito dos principados mistos, pode-se dizer que sejam um desdobramento, uma continuação, de um Estado já existente, "...Estados, que conquistados, são anexados a um Estado antigo..."(cap. III, número 3).Sobre estes, Maquiavel tem por ponto central a forma de controle, que pode ser fácil ou problemática. Nesse caso, aponta algumas soluções, tais como: eliminação da linhagem de nobres que os dominava e não alteração da organização de leis e impostos preexistente, instalação de colônias ou a mudança do novo dominador para o local conquistado. Mas deve ficar bem claro que o ponto central de apoio a um novo Estado dominante é que os povos dominados (e também seus vizinhos) o apoiem. Aliás, na questão das leis, o autor dedica um capítulo da obra para tratar apenas desse assunto, apontando a maneira com que se deve governar as cidades ou principados que, antes da conquista, tinham leis próprias. A partir daqui, o autor inicia a utilização de diversos exemplos para ilustrar as características que propõe a descrever a partir daqui. Neste caso dos principados mistos, um nome bastante comentado é o de Luís XII.
Maquiavel, a seguir, ilustra o porquê do reino de Dario, ocupado por Alexandre o Grande, não se revoltou contra seus sucessores após sua morte, contrastando este caso com territórios ocupados pela França. A grande explicação reside na forma de organização da monarquia: no reino de Dario, existe apenas uma figura central e de maior importância no poder, o príncipe, e todos os outros são servos; já nos reinos governados pela França, "...O rei...é posto em meio a uma multidão de senhores de linhagem antiga, reconhecidos e amados pelos súditos..."(cap. IV, no. 3), o que não cria uma figura central forte e, cujo poder, não possa ser contestado.
Retomando o assunto dos principados, este agora são diferenciados pela forma com que foram conquistados, contrastando "Os principados conquistados com as próprias armas e qualidades pessoais"(cap. VI) e "Os principados conquistados com as armas e virtudes de outrem"(cap. VII).No primeiro, cita os exemplos de Moisés, Teseu, entre outros, que por virtude própria tornaram-se príncipes. Já no segundo, o autor transcorre a respeito de César Borgia, filho do papa Alexandre VI, cujas conquistas foram impulsionadas pelo poder da posição de seu pai e, depois, por alianças com pessoas de punho mais firme que ele, como Remirro de Orco. Já em "Dos que conquistaram o principado com malvadez"(cap. VIII), é tratado o fato de se atingir o principado através de "...atos maus ou nefandos..."(no. 1).Vale destacar a forma que Maquiavel propõe da maneira como devem discorrer as injúrias ao povo, segundo ele "...todas de uma só vez, para que, durando pouco tempo, marquem menos..."(no. 8).Também é interessante a maneira com que os benefícios ao povo devem ser proporcionados:"...pouco a pouco, para serem melhor saboreados..."(no. 8).
Por fim, tem-se os principados civil e eclesiástico. O principado civil é aquele em que um cidadão comum torna-se príncipe de sua pátria pelo favor de compatrícios. Segundo Maquiavel, "...se chega a este principado graças ao favor do povo ou dos nobres"(cap. IX, no. 1).Partindo desse princípio, denota-se que, para a chegada do cidadão comum ao principado é necessário conquistar a simpatia de uma destas facções, que o levará a atingir seus objetivos. Já os principados eclesiásticos são mantidos pelas tradições da religião e tem uma força tão grande que mantém seu próprio príncipe no governo, independente da sua maneira de viver ou comportamento. O autor afirma que "...somente estes principados são seguros e felizes..."(cap. XI, no. 1) devido às condições que o domínio religioso oferece a estes príncipes, Estados e súditos: os príncipes detém o Estado, mas não o defendem, pois não há risco deste lhe ser tirado; e os súditos, mesmo não sendo governados, não se importam e nem pensam numa separação de seu príncipe. Entre as explicações destes principados, o autor discorre a respeito da forma "Como medir as forças de todos os principados", que trata basicamente de um assunto: a partir de que momento a força de um príncipe é tão grande a ponto de não precisar da ajuda de outros para se defender.
Depois da discussão a respeito dos principados, o autor entra em uma parte que pode ser considerada intermediária na obra. Discorre sobre as milícias e exércitos, os quais afirma serem as bases principais de sustentação do poder, ao lado de boas leis, e ambos têm uma forte ligação entre si. A respeito dos tipos de milícias, podem ser de quatro tipos: próprias, mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são de nenhuma utilidade e transmitem grande perigo, devido ao vínculo praticamente ausente com os que defendem. Deve-se sempre fugir destas milícias pois a verdadeira vitória só é saboreada se conquistada com as próprias armas, sem levar em conta o prestígio alcançado entre os soldados e súditos desta maneira. Sobre os deveres do príncipe para com seus exércitos, Maquiavel afirma que a arte da guerra deve ser sempre exercitada, tanto com ações como mentalmente, para que o Estado esteja sempre preparado para uma emergência inesperada e, também, para que seus soldados o estimem e possam ser de confiança.
Depois da discussão das milícias, Maquiavel inicia a terceira e última parte de sua obra: a discussão sobre como devem ser as características da personalidade dos príncipes, inicialmente pelas quais são louvados ou vituperados. Da leitura do texto, se conclui que os príncipes não devem tentar reunir todas as qualidades consideradas boas, pois a sensibilidade humana não permite que sejam todas distintas e acrescentem muito a opinião dos súditos a seu respeito, mas se concentrar em absorver aquelas que lhe garantam a manutenção do Estado. Mas a questão a qual o autor mais se atém é que o príncipe deve evitar de todas as maneiras adquirir duas delas: o ódio e o desprezo de seus súditos.
Dentre as qualidades apontadas estão a generosidade, que deve se balanceada pela parcimônia, a economia. O príncipe deve ser generoso, mas não muito, pois pode-se adquirir má fama entre aqueles que não forem beneficiados por esta generosidade, além de atentar para o detalhe de que geralmente, quando alguém ganha, outros perdem, e isso pode gerar o ódio ao príncipe, o que deve ser evitado a qualquer custo. Tão antagônicas quanto as características apontadas acima estão a crueldade e a piedade. Aliás, as considerações a este respeito tornaram fizeram boa parte da fama de Maquiavel, com suas afirmações em relação a ser temido ou amado. Ele afirma que, na impossibilidade de reunir ambas características, ou de ter que renunciar a um deles, é melhor ser temido, pois trair a alguém a quem se teme é bem mais difícil do que a quem se ama. No entanto, ao passo que não se conquista o amor, deve-se evitar o ódio, respeitando os bens e as mulheres dos súditos. Um ponto de destaque é no que diz respeito a postura do príncipe para com seus exércitos: não deve se importar com a fama de cruel para com eles pois "...Sem esta fama, nunca se mantém um exército unido nem disposto a qualquer combate..."(cap. XVII, no. 4).Quanto a palavra do príncipe, afirma que este deve procurar mantê-la mas, quanto isto não for possível, deve-se usar artifícios para "...confundir a mente dos homens..."(cap. XVIII, no. 1) pois estes, "...No final, superaram os que sempre agiram com lealdade". Segundo Maquiavel, o "...príncipe prudente não pode, nem deve, manter a palavra dada, quando lhe for prejudicial"(cap. XVIII, no. 3).
O capítulo mais extenso da obra discute "Como evitar o desprezo e o ódio". O ódio surge quando se perdem bens e honra, pois assim os súditos passam a viver insatisfeitos. Já o desprezo surge quando o príncipe é considerado volúvel, superficial, efeminado, pusilânime, indeciso, características que ele deve evitar a qualquer custo. Em suas atitudes devem ser vistas boas qualidades como coragem, força e certeza, para que nunca tenha que voltar atrás em uma decisão.Com isso, o príncipe adquire boa reputação, e o surgimento de uma conspiração contra sua pessoa torna-se difícil pela admiração de seus súditos por ele. Refletindo sobre isso, também se faz necessário destacar a necessidade de se agradar tanto ao povo como aos nobres, como já foi dito anteriormente no assunto dos principados, porque conspirações podem surgir de qualquer um dos lados. E para isso, não são necessárias apenas boas ações, mas também as más, pois para agradar um grupo podem ser necessárias ações corruptas, negativas, benéficas partindo-se do princípio de agradar os súditos. E, para finalizar a discussão à respeito das características do príncipe, Maquiavel trata das atitudes que este deve proceder para ser admirado, entre eles grandes realizações e exemplos raros, além de grandes demonstrações de política interna e externa e de amizade ou inimizade verdadeiras.
Encerrada esta discussão, Maquiavel escreve mais diversas considerações, que poderiam ser considerados apêndices, a respeito de diversos assuntos que cercam o príncipe. Entre eles, estão considerações sobre a utilidade de fortalezas e outras coisas cotidianas, secretários, aduladores, influências da fortuna sobre os homens e à respeito da Itália. No que diz respeito às fortificações, deve construí-las e armar parte de seus súditos para sua própria segurança, caso tenha medo de seu povo, mas em caso contrário, deve abandoná-las. Sobre os secretários, são de difícil escolha. Os de melhor caráter são os que pensam sobretudo no príncipe, sem procurar útil para si próprio em todas as ações que comete. Aduladores:"...Os homens...com dificuldade, defendem-se desta peste..."(cap. XXIII, no. 1).Evita-se as adulações fazendo com que os homens compreendam que não se ofende ao príncipe se dizerem a verdade à respeito do que lhes for perguntado. No tocante da fortuna, se ela "...muda e os homens obstinam-se em suas atitudes, estes terão sucesso enquanto os dois elementos estiverem de acordo e, quando discordarem, eles fracassarão..." (cap. XXV, no. 9).Maquiavel, sobre a Itália, escreve dois capítulos de sua obra: "Porque os príncipes da Itália perderam seus Estados" e "Exortação para retomar a Itália e libertá-la dos bárbaros", que expõem motivos e soluções para questões de sua pátria, a partir de tudo que discutiu-se no livro.






Digressão: A Fábula das Três Raças ou o Problema do Racismo a Brasileira


          Falar de raças ou de racismo no Brasil é o mesmo que discutir o sexo dos anjos, pois desde que foi conquistado, o nosso país vem enfrentando esse problema. Problema esse que estará sempre em pauta, mas que nunca terá solução, e principalmente um final feliz, na questão desigualdade das raças e conseqüentemente culminando com o fim do racismo, não é só no Brasil, mas no mundo inteiro.
          O que se sabe desde os primórdios, é que ideológica e socialmente a “raça branca” sempre discriminou ou segregou as outras raças.
          O Brasil sempre teve uma sociedade em sua maioria, de nobres, com uma ideologia aristocrática e anti-igualitária que sempre foi e sempre será dominada pela ética do familismo, da patronagem e apadrinhamento das relações pessoais, tudo isso emoldurado pela política que privilegia os poderosos e massacram as classes menos favorecidas, pois aqui as leis só funcionam para os pobres.
          A segregação de mestiços, mulatos, índios e negros aqui no Brasil é latente, em outras palavras; as populações que tem menor poder aquisitivo no país sofrem algum  tipo de escravização, social, política e por que não dizer educacional e cultural? O Brasil tem uma sociedade hierarquizada, mas profundamente desigual, o país é controlado pelo nome, dinheiro, títulos, propriedades, relações inter pessoais, e principalmente pelos políticos, que em sua totalidade são corruptos, esses sim, são os grandes racistas do país.



           A abolição dos escravos, a proclamação da república, o Brasil império, o presidencialismo, a democracia, a ditadura, plebiscitos, greves e novamente democracia, nova constituição, por tudo isso podemos ver que acabar com o racismo no Brasil é utopia!
          Tudo isso aconteceu ao longo dos anos, mas a verdade é que toda essa ideologia pregada pelas elites é muito complexa, criando controvérsia e grandes crises sociais.
          A idéia de que cada raça ocupa um certo lugar na humanidade é relativa se raciocinarmos que, na maioria dos países, no mundo inteiro a raça branca é predominante e detém o poder.

 
          Outro ponto também que se torna essencial nas doutrinas racistas é o determinismo. Isso significa que as diferenças biológicas são vistas como tipos acabados, e que cada tipo está sem comportamento e mentalidade pelos fatores intrínsecos ao seu componente biológico.
          É preciso dizer que o intelecto e o caráter das pessoas não têm nada haver com sua cor, etnia, religião, nação, cultura, por que se realmente isso tivesse alguma relação não haveria negros inteligentes, cultos e a maior potência do mundo não teria um presidente negro.
          O detalhe é que a formação social, cultural e histórica do Brasil permite especular sobre a adoção e a permanência do racismo como ideologia e como tema de reflexão científica.
          No Brasil o branco está sempre por cima, enquanto o negro, o índio, o mestiço, o mulato estão sempre por baixo. Na sociedade brasileira, a mistificação permite o racismo, e então explica-se a sua reprodução até hoje como uma ideologia científica ou popular que sempre deu grande ênfase a biologia da raça, relações que eram permanente políticas e econômicas.

Brasil Em Preto E Branco - Jacob Gorender

Não há como negar que o Brasil desde a época de seu descobrimento sempre foi mais dos brancos do que dos negros. Logo que os portugueses aqui chegaram, os primeiros a serem escravizados foram os índios. Com o passar do tempo começamos a importar os negros africanos, para serem escravizados no país. Por longos anos essa prática foi adotada, pois os negros serviam de empregados domésticos, empregados de lavoura e até mesmo no garimpo e na mineração.
Muitos desses escravos rebelavam-se e fugiam alguns sozinhos, outros em grupo, e quase sempre eram seguidos pelos capitães do mato. Essas fugas ocorriam por causa dos maus tratos recebidos por seus patrões, pois se na opinião de um senhor de engenho um escravo fizesse alguma coisa que errada, era castigado.
Movimentos antiescravistas começaram a ser criados como a Lei do Ventre Livre, Lei Sexagenária, Lei Eusébio de Queiros, até chegar a Lei Áurea. Mas neste país chamado Brasil, as classes menos favorecidas sempre foram oprimidas e até certo ponto escravizadas, mas não eram apenas os negros que sofriam.
No período da regência, as classes menos favorecidas revoltadas com a opressão, iniciaram vários movimentos, como A Cabanagem – no Pará, A Balaiada – no Maranhão, A Sabinada – na Bahia, A farroupilha – no Rio Grande do Sul, e muitas outras criadas em São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e etc. Nesses movimentos foram constatadas participações de escravistas, latifundiários, pessoas das camadas mais pobres e a presença de escravos.
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Na história do mundo, o Brasil é conhecido como o maior receptor de escravos. Com a assinatura da Lei Áurea, que tornava abolida a escravidão, porém não tornava abolido o racismo, os negros puderam ter um pequeno avanço em seu modo de vida, lembrando também que o padrão de vida da maioria da população livre daquela época era baixo, e mais baixo ainda teria que ser o padrão de vida dos ex-escravos.

Contudo, a abolição não apagou a influência da escravidão na sociedade brasileira, pois até hoje os negros e as populações mais carentes são oprimidas, enganadas, discriminadas e escravizadas até hoje por todos os segmentos que tem poder no país.
Em 1993 foi publicada a maior obra referente à este tema, que foi o livro Casa Grande e Senzala, que contribuiu bastante com sua visão histórica da família patriarcal, e também abordava temas como a miscigenação racial.
No Brasil pós-escravidão, o racismo colocou os negros e mestiços numa situação de discriminação peculiar, pois não sofreram segregação localizada sob o aspecto espacial e institucional. Como os negros eram e são até hoje em sua maioria mais pobres, começaram a aglomerar-se em morros, favelas e palafitas pelas periferias de todo o país.
Aos poucos foram surgindo movimentos anti-racista, como o MNU (movimento negro unificado) que foi importante porque contribuiu com o fortalecimento de uma classe média negra, mais instruída e intelectualizada, e em decorrência vieram outros movimentos anti-racistas que ajudaram na ascensão profissional e educacional dos negros no Brasil. Atualmente é discutida a questão das cotas nas faculdades para os negros.
Em 1998, o DIEESE (departamento de estatísticas e estudos socioeconômicos) começou uma pesquisa, patrocinada pela ISNPIR (instituto sindical interamericano) pela igualdade racial, que foi divulgada em 1999; pesquisa essa que foi efetuada em cidades como São Paulo, Salvador, Recife, Belo Horizonte
Belo Horizonte e Porto Alegre que nos deu uma idéia de como está dividida a população negra no país.
O tema distribuição de terras começou a ser enfocado no Brasil desde aquela época, passando por vários nomes, como Doação de Áreas Públicas, Lei de Terras , até que hoje ainda se discute que é a Reforma Agrária.
Em 1995/1996, o IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) divulgou um estudo sobre os latifúndio no Brasil, que esclarecia com muita firmeza a questão da Reforma Agrária.
O MST (movimento dos sem terra) foi criado para discutir esse tema, mas até hoje enfrenta uma luta inglória, por que os políticos do Brasil, na verdade não tem a menor vontade de abordar e resolver o problema.
O Brasil por ter uma política agrária eminentemente capitalista, pouco se importa com essa questão de distribuição de terras, lembrando que o assentamento de famílias não pode ser confundido com reforma agrária, ou seja, o Brasil continua sendo uma perfeita bagunça, desde seu “descobrimento” até os dias atuais.
A desigualdade social é notória no país, tanto que a imprensa divulgou que essa desigualdade é uma das maiores do mundo
Essa desigualdade no Brasil deve-se muito à época da escravidão. A sociedade capitalista até hoje escraviza as populações de menor poder aquisitivo, fazendo com que a pobreza, a violência, e as drogas imperem no país, e o racismo contribui muito para que esse fato aconteça. A violência com certeza está ligada aos conflitos sociais.
A discriminação no Brasil é flagrante, em recente pesquisa realizada pelo IBGE. Nota-se também que as mulheres sofrem uma discriminação bem maior frente aos homens. O quadro discriminativo anti-feminino torna-se mais chocante, se combinarmos os critérios de sexo e cor, sendo que na escala das raças as mulheres de cor negra se situam no “degrau” mais baixo.
As diferenças discriminatória são oriundas do racismo, da concentração latifundiária, e do anti feminismo. O percentual de pobres no Brasil chega ser alarmante, e tudo indica que esse percentual decorre do baixo nível da economia brasileira.
Com tudo isso vemos que, o Brasil desde a sua conquista, até hoje não promove u movimento de mudança contra todos esses problemas.

Os Sambaquis – Arqueologia do Litoral Brasileiro - Madu Gaspar



Arqueólogos de todo o mundo, já passaram em diversos pontos do litoral brasileiro, principalmente  pelos lados do Baixo Amazonas e identificaram Sambaquis, que segundo eles, ultrapassam a mais de 30 metros de altura e os denominaram como Sambaquis Brasileiros. Esse “lixo” tem entre aproximadamente 500 a 6500 anos.
O nome Sambaqui, vem do Tupi, Tamba (concha) e Qui (amontoado).
Madu Gaspar colheu informações muito importantes sobre o assunto e pode elucidar outros arqueólogos  que  por acaso tentem abordar esse tema.
Normalmente os Sambaquis são localizados próximos a florestas, mares e rios. Os Sambaquis sintetizam a “pré-história” brasileira e começaram a ser observados em meados do século XIX.
Logo no início do século XX, Ricardo Krone, que estudava os Sambaquis da região do Vale do Ribeira, concluiu que a mudança do nível do mar influía bastante para a migração dos Sambaquis para regiões de florestas  e vales.
Os estudos sobre esse assunto começaram a evoluir ainda mais, por volta dos anos 50, pois nesta década a arqueologia brasileira começava a se modernizar e introduzir uma nova técnica chamada de DATAÇÕES CARBÔNICAS que permitia assim, que as diversas espécies de Sambaquis fossem avaliadas com maior e melhor precisão quanto a questão de sua idade.

Essa técnica que foi considerada pioneira permitia ter uma idéia mais precisa sobre o tempo em que foram habitados se estimando em até 1000 anos. Pode-se então afirmar que eles não eram nômades.
Com a Lei Federal 3925 foram tornados patrimônio nacional. Essa lei seria uma lei protetora dos sítios arqueológicos.
A partir da década de 70, os arqueólogos começaram a dar uma atenção bem maior a esse tipo de pesquisa e então se aprofundaram em ter um melhor conhecimento dos Sambaquis.
Mas, na verdade, os Sambaquis só passaram a ser considerados como conjunto, a partir de 1990, permitindo então aos Sambaqueiros ter hierarquias próprias e um status de maios nível na sociedade.


A arqueóloga Maria Dulce Gaspar que escreveu um livro sobre os Sambaquis, descreve das hipóteses sobre o assunto, uma das mais prováveis é a de que são provas preservadas pelo tempo e considera que as conchas encontram-se melhor conservadas do que as espinhas de peixes, por exemplo. Mas, que por sua vez essas espinhas de peixes, são em número bem menores do que frutos, animais de pequeno porte e até folhas.
Neste livro a arqueóloga nos oferece algumas explicações sobre as diferentes espécies de Sambaquis, nos levando a crer que eles vinham em grupos de no mínimo 3 e podiam se comunicar e ter um tipo de controle visual uns sobre os outros.
Alguns arqueólogos consideram que até ossos de tubarões já foram encontrados nos sítios de Sambaquis Brasileiros.
Maria Dulce, no entanto, no entanto esclarece que esses povos eram extremamente pacíficos e, portanto sabiam conviver uns com os outros.
A autora revela vários pontos, mas mesmo assim, são muito vagos para sabermos realmente a verdadeira origem dos Sambaquis.


Resenha Nova LDB, Ranços e Avanços - Pedro Demo


          Para falar em educação neste país chamado Brasil, que como todos sabemos é analfabeto cultural e politicamente, é relativamente fácil. O grande problema é fazer funcionar na prática a educação. Talvez por ser um excelente professor, Darcy Ribeiro teve que se eleger senador para tentar fazer alguma coisa pelo ensino no Brasil, pois como político ele teria como “brigar” por seus ideais.
          Para citar só dois políticos que tentaram atrapalhar os intentos de Darcy, tivemos Fernando Collor, O Louco, e Fernando Henrique, O Enganador.
          Todo país depende da política para poder avançar, mas como no Brasil 99,9% dos políticos só pensam no seu bolso, nada melhora.
         Não adianta ECA (estatuto da criança e do adolescente), MEC (ministério da educação e cultura), se o próprio governo quer que seu povo seja analfabeto.
          Sabemos também que educação não pode ser panacéia do povo, pois num país com tantos problemas, também temos outras prioridades.
          Darcy Ribeiro, que foi o grande idealizador da LDB ( lei de diretrizes e bases), em dezembro de 1996, como dizemos na gíria, “malhou em ferro frio”, porque “uma andorinha só não faz verão”! Do que adiantam leis, artigos, incisos, parágrafos, alíneas se nada funciona? Desde a educação básica, até a educação superior, o ensino no Brasil é precário, porque os políticos deste país são adeptos da velha maiêutica de Sócrates, ou seja, de pão e circo à eles que está tudo certo.

           Dentro dos parâmetros que temos para mensurar, vemos que se você não tem uma boa base na educação, você pode ser u professor de razoável para bom, a não aqueles que têm o dom para o ensino, e dedicou-se a vida inteira pela educação do povo de seu país, como fez Darcy Ribeiro.
          O Congresso Nacional, que é sinônimo de bagunça, está pouco se lixando para a educação e para outras prioridades do país, pois só preocupam-se em “meter a mão no bolso do povo”.

          
          Em certo tempo, o Governo do Paraná instituiu em Faxina do Céu, a universidade do professor, que seria uma espécie de SPA pedagógico, que servia para reciclagem dos professores, mas como tudo é feito pela política neste país, aos poucos foi acabando, e hoje não passa de um grande sonho que acabou.
          Tantos escritores ao falarem de educação no Brasil têm advertido para a má gestão política, leis que não funcionam, sim, por que eles fazem as leis, publicam no Diário Oficial da União, instituem o Plano Nacional de Educação, falam que no Centro? Sul a educação é diferenciada, falam palavras difíceis como METODOLÓGICO PROPEDÊUTICO, mas todos nós sabemos que isso tudo é um enorme engodo para o povo brasileiro.
          Escritores como E.T. Silva, Werneck  Freitas, Frigotto, Carraher, Demo,Baraldi, entre outros tantos, já discorreram em seu livros sobre a grande bagunça que é a educação neste país, mas os governantes parecem não se importar com isso.
          Investimentos foram feitos na educação brasileira tanto pelo Banco Mundial, com por outros bancos, mas como num passe de mágica o dinheiro desaparece e tudo continua na mesma.
          O que podermos constatar com a LDB de Darcy Ribeiro, é que Lea foi criada para promover a educação, bem como um todo e favorecer ao povo brasileiro, mas na prática ela não funciona como tantas outras coisas. Para essa lei funcionar, tem que haver vontade política, mas nós sabemos que a vontade deles não é educar e instruir a nação.
    
         
         
           Aqui no Brasil o ensino básico é precário, e enquanto os professores forem relegados ao segundo e terceiro plano com salário miserável, infelizmente a educação não vai funcionar. O governo gosta de enganar a população, e com isso inventa programas, como bolsa escola, bolsa família, vale idoso, vale transporte, vale alimentação e outros tantos que só servem para nos ludibriar.
          Infelizmente não adianta ter pessoas com boas intenções para favorecer a educação, se o Congresso Nacional veta tantos projetos que são feitos em prol do povo.

          
O MEC, por exemplo, instituiu o Programa de Avaliação da Universidade Brasileira (PAIUB), mas também é só maquiagem.
          Professores de faculdades Públicas são favorecidos a darem 8 horas de aula semanais, ao passo que os de faculdade particulares, ficam na obrigação de até 12 hora/aula dia.
          São tantas invenções criadas pelos governantes que ao invés de avançarmos no tema educação, só nos atrasa mais. O poder público em nenhum momento incentiva a informática educativa.
          Outro ponto a ser abordado é o ensino é o ensino médio, que é tido e havido como a última etapa da educação básica, tornando-se simplesmente um curso de passagem. Nunca poderemos afirmar que ele é uma etapa final. Na verdade educação de crianças, jovens e adultos no Brasil é uma coisa tratada pelos governantes como uma grande piada.
          Os imensos ideais do professor Darcy Ribeiro, realmente não foram postos em prática. Darcy Ribeiro teria que viver pelo menos duzentos anos, pois só assim, talvez, ele pudesse incutir na cabeça desses políticos que realmente a cultura e a educação fortalecem um povo. Um país sem educação e cultura a nível mundial  é tido como terceiro mundo, e o Brasil nunca passará disso sem educação.
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